quinta-feira, 19 de novembro de 2009


Os corpos se justificam no ato sexual. Em nada mais, finalidade ou motivo. Orbitar na eminência do choque com o que não é possível, o outro. E na explosão de, tantos, souvenires como teses e dissertações, a explicação do que não se conseguiu entender, a ignorância compartilhada. Busco gozo, para gozar e na invenção do prazer, inventei junto seu corpo, gingando, dançando com a dona do vento para maravilha minha. Certa vez, um homem, ao ouvir minha paixão disse: “que pena”. E de fato, que pena é. Poucos são fortes o suficiente para aceitarem essa dança dos ventos, germinando sementes que nos brotam uns nos outros, mudando a tonalidade do entorno de uma pétala, enxertos que levam em si tudo de um menos ainda do quase nada que somos. E de mulheres os homens só conhecem mães, virgens e putas. Lhes falta ainda o refinamento que permite arranjos e combinações oferecidas aos sentidos por todos os seres. Mulheres são mulheres, em todos os tempos e atos, parindo, gozando, amando, tecendo e usando chapéu coco. Da força da mulher o homem se sente traído, conscientes de que, se são amados por uma, a nada mais se deve ao fato de que mulher é gratuita, mesmo quando cobra. São como elas os seres que cuidam do mundo e das crianças loucas que o habitam. Nada é dado ou pedido. Nada é esperado além de que, um dia, as sementes germinem.

2 comentários:

  1. bom ver que mesmo distantes estamos nessa sintonia de passos! tudo o que você escreve também assino com o nome do meu sentimento...

    saudades!

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  2. É verdade, parece que "Falta ainda o refinamento que permite os arranjos e as combinações oferecidas aos sentidos por todos os seres.".
    beijos.

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